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alimentos brasileiros contaminados por agrotóxicos, Anvisa, Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, controle de agrotóxicos, Geraldo Papa, José Agenor Álvares da Silva, Le Monde Diplomatique Brasil, Luiz Cláudio Meirelles, senadora Kátia Abreu (DEM-TO)
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) defensora da bancada ruralista só poderia mesmo estar «inconformada» com a ausência de José Agenor da Anvisa à audiência. «Bastante prejudicial ao Brasil» e à saúde dos brasileiros, são políticos que defendem o uso inconcebível de agrotóxicos em nome da capacidade de produção de alimentos que adoecem propositalmente a população. Fabricantes de agrotóxicos são capazes de ações inimagináveis para impedir a produção de alimentos orgânicos e saudáveis.
O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Agenor Álvares da Silva, será convocado a prestar esclarecimentos à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) sobre entrevista à revista francesa Le Monde Diplomatique Brasil, em abril deste ano, em que teria afirmado estarem os
alimentos brasileiros contaminados por agrotóxicos.
Demora na liberação deagrotóxicos domina audiênciapública
A convocação foi aprovada pelos membros da CRA nesta terça-feira (30), a pedido da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que reclamou da ausência do diretor na audiência realizada nesta manhã para debater os mecanismos de regulação e controle de agrotóxicos no país. José Agenor era um dos convidados, mas enviou, como representante, o gerente geral de Toxicologia da Agência, Luiz Cláudio Meirelles. O outro convidado a expor o assunto foi o professor doutor da Universidade Estadual Paulista «Júlio de Mesquita Filho» (Unesp), Geraldo Papa.
Dizendo-se «inconformada» com a ausência de José Agenor, convidado desde
maio para a audiência, Kátia Abreu afirmou que o debate desta terça-feira visava exatamente ouvir as explicações do diretor da Anvisa sobre a entrevista, segundo ela «bastante prejudicial ao Brasil».
– Isto está dando um prejuízo ao patrimônio nacional. Se ele tem bom salário e pode comer só produtos orgânicos, esse não é o caso de milhões de brasileiros, que precisam comer produtos com defensivos sim – reclamou Kátia Abreu, que também é presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Segundo a senadora, seria ótimo se todos os agricultores brasileiros pudessem produzir só alimentos orgânicos, mas trata-se, como explicou, de uma agricultura muito mais cara. Na opinião da parlamentar, a matéria da revista «estabeleceu um papel de atraso para o país, dando prejuízo à agricultura e à população em defesa de uma minoria».
– Isto não está certo – argumentou a senadora. No mesmo requerimento de convocação de José Agenor, ela incluiu convite a representantes da CNA, da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e da Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas (Aenda). Segundo Kátia Abreu, a presença de técnicos destas entidades será importante para contra-argumentar as declarações de José Agenor.