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O lobby dos empresários do setor atua para manter nas prateleiras das farmácias medicamentos que podem até matar.

Por Lúcia Rodrigues

Subornos e ameaças fazem parte do roteiro da trama protagonizada pela indústria farmacêutica mundial e que atua no Brasil. A intrincada rede de interesses envolve atores coadjuvantes para a sustentação dos lucros do setor na estratosfera. Médicos e advogados agem de forma articulada com essa indústria e contribuem para a manutenção dos ganhos em uma escala exponencial.

A Interfarma, entidade que reúne as indústrias do setor que atuam no país, não informa os lucros de suas associadas, mas sabe-se que as farmacêuticas aparecem na quarta colocação em volume de produção atrás apenas de Estados Unidos, França e Itália. No mundo esse negócio movimenta bilhões de dólares. Em 2008, apenas o medicamento de combate ao colesterol, Liptor, da Pfizer, arrecadou sozinho US$ 13,6 bilhões em vendas.

A preocupação com a saúde da população fica em segundo plano, quando o assunto é a preservação dos lucros. Vale tudo para não perder dinheiro. Até mesmo colocar em risco a vida das pessoas com medicamentos comprovadamente lesivos ao organismo. O setor não hesita em manter nas prateleiras das farmácias remédios que podem matar.

A professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Soraya Smaili, revela que os medicamentos conhecidos como emagrecedores ou inibidores de apetite causam sérios danos à saúde e podem até levar à morte.

Ela explica que as drogas que promovem a diminuição do apetite com base em anfetaminas, além de fazer muito mal ao sistema cardiovascular, causam dependência psíquica. “A anfetamina é uma espécie de cocaína, é um estimulante do sistema nervoso central.” O medicamento atua sobre a fome. Só que esse efeito só dura duas semanas, depois é preciso aumentar a dose. “Vários médicos dobram a dose, mas depois de um tempo, é preciso parar”, alerta.

Fonte: Caros Amigos 18/04/2011