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Alimentos perigosos, desrespeito aos direitos da criança, exploração infantil, lobby da indústria de alimentos pela Anvisa, obesidade infantil, ProTeste
Anvisa determina mensagem de alerta mas deixa de fora o controle de publicidade infantil que influencia hábitos alimentares errôneos.
A obesidade infantil já é uma realidade em nosso país e a publicidade de
alimentos dirigida ao público infantil tem uma grande parcela de responsabilidade pelo sobrepeso ao influenciar as más escolhas alimentares
, e estimular o consumo excessivo de alimentos industrializados não saudáveis. Para a PROTESTE, essa faixa etária vulnerável requer proteção da publicidade abusiva e antiética para evitar doenças crônicas.
Apesar dos manifestos da PROTESTE e de toda a sociedade, com a Resolução que foi publicada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária não levou em consideração as contribuições encaminhadas para encontrar o melhor texto que traduzisse a necessidade de regulamentação sobre a publicidade destinada ao público infantil.
A Resolução publicada determina que, em 180 dias, as propagandas de alimentos deverão conter mensagens alertando para os riscos à saúde em caso de consumo excessivo. A determinação é válida para alimentos considerados com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio, e de bebidas com baixo teor nutricional, como os refrigerantes. A obrigatoriedade não se aplica às rotulagens dos produtos, o que a PROTESTE acha lamentável.
Segundo a Anvisa, o regulamento técnico publicado tem como objetivo «coibir práticas excessivas que levem o público, em especial o público infantil a padrões de consumo incompatíveis com a saúde e que violem seu direito à alimentação adequada». As mensagens publicitárias devem ser acompanhadas de alertas sobre os perigos do consumo excessivo desses nutrientes.
A maioria dos produtos testados pela PROTESTE e que são destinados ao público infantil, utilizam de cenário fantasioso, linguagem infantil, personagens de desenho animado e outras crianças como modelos nas embalagens, demonstrando que o objetivo das empresas é conquistar as próprias crianças, notadamente pela análise das embalagens e dos brindes oferecidos. Ainda, os resultados dos testes mostram excesso de açúcar, sal, gorduras e aditivos em diversos deles, conforme tabela abaixo:
Produto | Problemas encontrados |
Bolo pronto e biscoito de chocolate | Muita gordura, presença de gordura trans e muito açúcar. |
Petit suisse | Não são enriquecidos como afirmam os rótulos e apresentam altos teores de açúcar. |
Batata Chips | Muito sal e acrilamida. |
Sorvete de chocolate | Excesso de açúcar. |
Picolé | Excesso de açúcar. |
Paçoca | Presença de altos níveis de aflatoxina. |
Iogurtes e bebidas lácteas | Corantes artificiais e excesso de açúcar. |
Farinha láctea | Excesso de açúcar. |
Guaraná | Excesso de açúcar e edulcorantes (na versão diet/light). |
Achocolatado | Excesso de açúcar. |
Gelatina | Açúcar em excesso, corantes amarelo crepúsculo e tartrazina. |
Refrigerantes | Excesso de açúcar. |
Cereal matinal | Excesso de açúcar e de sódio, níveis não recomendáveis de gordura total ou gordura saturada, e quantidades insuficientes de fibras alimentares |
Complemento alimentar a base de cereais | Excesso de açúcar e inadequação nutricional para a idade que são recomendados. |
Biscoito cream cracker e água e sal | Presença de gordura trans. |
Ovos de Páscoa | Excesso de gordura e açúcar. Agressiva publicidade dirigida ao público infantil. Informação nutricional do produto (chocolate) não adequada a uma dieta infantil. |