Setor cresce 31,9% no 1º quadrimestre de 2010 no país, que já é o segundo maior consumidor do produto no mundo
São Paulo – Há cerca de dez anos, basicamente existiam os esmaltes claros e vermelhos. Atualmente, além das cores tradicionais, há tons de alaranjado, azul, verde e cinza. Sem contar as infinidades de acabamentos – fluorescentes, foscos, com brilho, com glitter e cintilantes, por exemplo.
Com tanta opção, o esmalte passou de coadjuvante à protagonista e ganhou o título de «acessório de moda». Mudança que reflete positivamente na venda dos produtos no mercado brasileiro. Para se ter ideia, até abril deste ano foram vendidas 65,8 milhões de unidades no país, segundo a Nielsen. A variação em volume de vendas foi de 17,8% na comparação entre o primeiro quadrimestre de 2010 e o mesmo período em 2009. Em termos de valor, o crescimento foi de 32,3%.
«Lá atrás o esmalte era um acessório para não atrapalhar o look, as mulheres usavam cores claras e eventualmente o vermelho», disse Luciana Marsicano, diretora de personal care da Impala. «Hoje, elas primeiro escolhem a cor da mão e depois compõe o look».
Além da mudança de comportamento, outro fator que contribui para o crescimento da procura por esmaltes no Brasil, desde 2004, é a incorporação das classes C e D ao consumo, segundo João Carlos Basílio, presidente da associação brasileira da indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, Abihpec. As marcas citam como fatores que impulsionaram o crescimento a crise econômica mundial, a divulgação em blogs e a inovação de cores.
O Brasil é o segundo mercado mundial do produto – atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a Euromonitor. «Como vivemos em um clima tropical, no Brasil é um mercado de 20 dedos não é de 10 dedos como na Europa», disse, referindo-se ao fato de as mulheres usarem mais chinelos e sandálias no Brasil do que em países mais frios.
Em 2008 o mercado brasileiro de esmaltes movimentou 250 milhões de reais – aumento de 5,1% em relação a 2007. Em 2009 ele movimentou 330,7 milhões de reais – aumento de 31,9% em relação a 2008 e 14,4% mais unidades que em 2008. Os dados são da Nielsen. De acordo com a Euromonitor, os resultados são ainda melhores e indicam uma receita de 326,1 milhões de dólares, em 2009.